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As tendências do mercado imobiliário, segundo 2 gigantes do setor

O mercado imobiliário deve ficar ainda mais aquecido nos próximos anos, mesmo com a inflação global e as eleições de 2022 causando incerteza entre investidores. Esta é a visão de Daniel Cherman, diretor geral da Tishman Speyer, e Roberto Perroni, sócio e CEO da Brookfield Properties Groups Brazil, executivos à frente de duas das maiores companhias globais no segmento de investimento em imóveis. Cherman e Perroni discutiram as tendências do mercado de imóveis no BTG Invest Talks, evento organizado pelo BTG Pactual digital (do mesmo grupo controlador da EXAME), na última terça-feira, dia 5.Quais as tendências vão moldar os investimentos nos próximos anos? Descubra com os grandes nomes do mercado no BTG Invest Talks“Volatilidade política, inflação e aumento nos juros vão atrapalhar a captação local, mas será um momento interessante para investir. Devem aparecer grandes oportunidades nos próximos 12 meses e quem estiver capitalizado vai conseguir aproveitar esse movimento”, destacou Cherman.Para os executivos, o mercado está enfrentando um momento de distorções que podem ser transformadas em boas oportunidades de negócio.“Existem prédios alugados em São Paulo nos quais o preço nominal da locação segue o mesmo nos últimos 10 anos mesmo com o avanço da inflação. Isso é algo que nunca ocorreu na história. Se o Brasil tiver alguma estabilidade macroeconômica nos próximos anos, os aluguéis devem ganhar força e voltar com um crescimento bem acima da inflação porque os preços estão muito defasados, até mesmo nos galpões”, acrescentou Perroni. Entre as apostas mais interessantes, Perroni destaca o segmento de logística e o residencial para a renda – este último ainda em fase de estudo dentro da Brookfield. “É algo que pode ser interessante em um cenário de alta de juros em que o financiamento ficou mais caro, tornando o aluguel mais atrativo”, afirmou.Outro segmento em alta é o corporativo “pós-pandemia”. “A qualidade dos escritórios está ficando cada vez mais importante para as empresas e percebemos uma procura mais forte por imóveis de alto padrão, com área verde. O escritório precisa crescer em qualidade para que o funcionário queira sair do home office e ir para esse local agradável de trabalho”, argumentou Cherman.O foco no alto padrão, a propósito, é também um direcionamento no segmento residencial. “Estamos apostando em imóveis maiores, com espaço para a família, e vimos que o preço dos residenciais subiu muito forte, até mais do que os comerciais”, disse. Fonte: Exame

08 de outubro de 2021

Vestibular Unesp 2022 prorroga inscrições até dia 13 de outubro

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) decidiu prorrogar até as 16 horas do dia 13 de outubro, quarta-feira, o prazo de inscrições para o Vestibular 2022, com 7.690 vagas em 24 cidades. Os interessados deverão se cadastrar pelo site da Fundação Vunesp (www.vunesp.com.br), responsável pela organização do exame. O pagamento da taxa de inscrição, no valor de R$ 180, deverá ser feito também até o dia 13.O principal motivo para a prorrogação foi a diferença entre o número de candidatos cadastrados no site para a realização da inscrição e o número de pagamentos realizados. A Unesp concedeu mais seis dias para que possa ser feita a confirmação da inscrição.A Unesp oferece redução de 75% da taxa aos cerca de 400 mil alunos matriculados no último ano do ensino médio da rede pública estadual paulista (Secretaria da Educação/SP e Centro Paula Souza). Estes candidatos pagarão taxa de R$ 45 e também se inscreverão até 13 de outubro.Os resultados dos pedidos de isenção ou redução de 50% da taxa foram divulgados em 27 de setembro. Os contemplados com a isenção já estão automaticamente inscritos. Os beneficiados com a redução deverão efetuar o pagamento da taxa de R$ 90 até o dia 13.O Sistema de Reserva de Vagas para Educação Básica Pública (SRVEBP) destina 50% das vagas de cada curso de graduação da Unesp para alunos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública, sendo que 35% das vagas desse sistema são destinadas aos candidatos que se autodeclararem pretos, pardos ou indígenas.O calendário da Unesp prevê provas em 35 cidades, sendo 31 no Estado de São Paulo. A primeira fase será realizada em 14 e 15 de novembro (primeiro dia, domingo, para candidatos de cursos da área de biológicas e segundo dia reservado a vestibulandos das carreiras de exatas e humanidades, além dos treineiros). A segunda fase será aplicada em 19 de dezembro (domingo) para todos os cursos. O resultado final será divulgado em 27 de janeiro de 2022.Os cursos da Unesp são oferecidos nas seguintes cidades: Araçatuba (140 vagas), Araraquara (855), Assis (405), Bauru (1.085), Botucatu (600), Dracena (80), Franca (410), Guaratinguetá (310), Ilha Solteira (470), Itapeva (80), Jaboticabal (280), Marília (475), Ourinhos (90), Presidente Prudente (640), Registro (80), Rio Claro (485), Rosana (80), São João da Boa Vista (80), São José do Rio Preto (460), São José dos Campos (120), São Paulo (185), São Vicente (80), Sorocaba (80) e Tupã (120).Mais informaçõesA Unesp é uma universidade pública e gratuita que está entre as maiores e melhores do país e da América Latina. Presente em 24 cidades do Estado de São Paulo, com 34 unidades universitárias, desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão universitária em todas as grandes áreas do conhecimento.Criada em 1976, a Universidade tem aproximadamente 54 mil estudantes, entre alunos de graduação e pós-graduação (stricto sensu). Oferece ainda cursos pré-vestibulares gratuitos e mantém programas de extensão abertos para a comunidade. Três escolas de ensino médio/técnico também são mantidas pela Unesp, que possui cerca de 1.900 laboratórios e 33 bibliotecas, além de cinco fazendas de ensino e pesquisa e três hospitais veterinários.Para tirar dúvidas sobre o vestibular, o candidato pode fazer contato pelo link “Fale Conosco” do site da Vunesp: https://www.vunesp.com.br/FaleConosco. Também pode acessar os sites vestibular.unesp.br e www.vunesp.com.br.Para obter informações sobre os cursos de graduação da Unesp, acesse o Guia de Profissões em www.unesp.br/guiadeprofissoes.Fonte: Acontece Botucatu

08 de outubro de 2021

Dados apontam que mercado imobiliário de luxo já cresceu 247% em 2021

Um novo olhar sobre a casa causado pela pandemia, juros baixos e a super alta do dólar provocaram um aquecimento geral do mercado imobiliário, um dos poucos que conseguiu crescer apesar da crise, principalmente no setor de imóveis de alto padrão e de luxo."A pandemia mudou o olhar das pessoas para o espaço onde habitam. Com esse tempo que as pessoas se deram e foram obrigadas a ter para vivenciar a casa, houve uma mudança no comportamento em relação às necessidades da vida em todos os aspectos", explica o arquiteto Thales Zago.De acordo com o personal broker Fabio Zarzana, durante a pandemia, três grandes motivos fizeram com que o investimento em imóveis de luxo se destacasse: a necessidade de mais espaço dentro de casa, as fronteiras fechadas, a impossibilidade de viajar e a queda dos juros. As vendas em 2020 apresentaram um crescimento de quase 230% acima de 2019; em 2021, a expansão, no primeiro trimestre, foi de 247% em comparação com o mesmo período de 2020.Contudo, Zarzana conta que a procura pelas casas com terrenos grandes e com possibilidades de reforma para atender às novas demandas já dá sinais de acomodação."Não diminuíram os interessados, mas o cliente atual começa a retomar um perfil mais consciencioso, no que diz respeito a fazer de fato grandes negócios. O interesse permanece aquecido, mas o senso negocial já começa a reocupar seu lugar de hábito na decisão de compra dos milionários. Eles dizem quererem a casa grande! O Home, o lazer, o espaço! Mas querem, sobretudo, fazer um negócio patrimonial lucrativo", completa o especialista.Os resultados apurados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) identificaram um aumento nos lançamentos de 114,6% no segundo trimestre, foram 60.322 unidades. As vendas superaram a oferta atingindo 65.975 imóveis novos, uma expansão de 60,7% em relação ao período anterior.Segundo dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), a melhora nas negociações de imóveis de médio e alto padrão garantiram ao mercado de incorporação o melhor resultado em 2020 nas vendas desde maio de 2014. O setor registrou um crescimento de 32% em 2021 nas vendas de imóveis de luxo. Além disso, há uma projeção de alta de 20% até 2023, apontam estudos feitos pelo Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra e Venda de Imóveis de São Paulo)."No nosso mercado de arquitetura e design de interiores houve uma demanda grande durante a pandemia exatamente nessa busca por imóveis que se adequassem à nova realidade do morador", indica Zago. Segundo o profissional, houve ainda famílias que decidiram ter uma segunda casa, que saíram de apartamentos para residências em condomínios, para lugares melhores, e até aqueles que preferiram casas mais intimistas no lugar de espaços grandiosos e sem aconchego."Esse processo fez com que o mercado se aquecesse e vimos um grande avanço na qualidade de vida", finaliza o arquiteto.Fonte: Casa e Jardim

06 de outubro de 2021

A crise da Evergrande pode impactar o mercado imobiliário no Brasil?

Nos últimos dias, o mercado ficou aflito e em choque com o risco de um possível calote da Evergrande, a segunda maior incorporadora da China. Com dificuldades de pagar sua dívida de aproximadamente US$ 300 bilhões (algo em torno de R$ 1,6 trilhão), a companhia acabou abalando a confiança do País e assustou o mundo.Em 20 de setembro, as bolsas refletiram os problemas de liquidez da Evergrande. Naquele dia, o S&P 500 fechou em forte queda, no pior desempenho diário desde maio, O Ibovespa encerrou as negociações daquele pregão com uma baixa de 2,33%, aos 108.843,74 pontos, pressionados pelo mesmo motivo.Apesar de ser uma incorporadora imobiliária chinesa, o mundo todo fica atento ao risco que uma possível insolvência teria. Na avaliação de alguns especialistas, o risco de calote da Evergrande poderia se espalhar pelo mundo pouco a pouco.Dez dias depois de o caso do possível calote da incorporadora chinesa tomar conta do noticiário, as bolsas no Brasil vêm apresentando oscilações. Em setembro, o Ibovespa, por exemplo, acumulou perda de 6,57% no mês, vindo de quedas de 2,48% e 3,94%, respectivamente, em agosto e julho – no agregado trimestral, a correção negativa foi de 15.822,56 pontos.João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos, lembra que setembro não foi afetado apenas pelo caso Evergrande. “Tivemos outros pontos que pesaram para o Ibovespa no mês, como o debate em torno do teto de gastos e as discussões sobre a extensão ou não de programas sociais como o auxílio emergencial, e todo o ‘taper talk’ em torno do que o Fed fará se a economia continuará a caminhar, com as próprias pernas, quando esses estímulos forem retirados (nos EUA)”, lembra. Outros fatores contribuíram para o resultado ruim — e vão dos ruídos políticos às incertezas pela retomada econômica causadas pela pandemia.Setembro foi mais um mês no negativo para a maior parte dos fundos imobiliários. O IFIX, principal índice de FIIs da Bolsa brasileira, fechou o mês com uma baixa de 1,24%. Mas alguns ativos se destacaram e fecharam o mês no positivo. O mercado de fundos imobiliários sentiu o tranco da crise na China — mas o peso mais contundente foi o do avanço da taxa Selic.Em 22 de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic para 6,25% e indicou outro aumento na mesma magnitude para a próxima reunião. Os economistas da XP estimam que a taxa deve aumentar até atingir o patamar de 8,0% a.a. no final do ano.A alta da taxa básica faz com que a demanda por imóveis e o acesso a credito imobiliário fique mais restrito. Dessa forma os preços dos ativos no mercado imobiliário em geral ficam mais deprimidos. Mas, segundo a XP, os FIIs permanecem atrativos. “Apesar do cenário macro desafiador, os Fundos Imobiliários continuam uma excelente alternativa para investidores que se interessam pelo mercado imobiliário e que buscam renda e valorização do seu patrimônio”, analisa a XP.E como então a crise da Evergrande pode afetar a economia e, especialmente, o mercado imobiliário no Brasil? Primeiro, é preciso entender como começou e em que ponto está a situação da incorporadora da China – e se ela vai mesmo persistir ou aumentar como bola de neve, espalhando temor pelo mundo.O caso EvergrandeA empresa, a segunda maior incorporadora imobiliária da China, veio a público afirmar que pode não conseguir honrar suas dívidas. Com um montante tão grande a ser pago, analistas começaram a alertar para a possibilidade de um colapso no sistema financeiro chinês, o que eventualmente também geraria problemas nos mercados e nas economias internacionais.A companhia alegou estar sob “tremenda pressão” e estendeu o risco de calote para os próximos meses, o que derrubou as ações da Evergrande, fundada em Guangzhou, na China, mas listada na bolsa de Hong Kong.O comunicado da companhia foi enviado à bolsa, quando a incorporadora também reportou que suas vendas mensais caíram quase 50% entre os entre os meses de junho e agosto, passando de passando de ¥ 71,6 bilhões (US$ 11 bilhões) para ¥ 38,1 bilhões (US$ 5,9 bilhões).No documento, a companhia culpou “reportagens negativas” da imprensa pelo desempenho ruim no período – em que concorrentes do ramo imobiliário tiveram o resultado oposto, de alta nas vendas.Além disso, a Evergrande já citou que contratou uma equipe para “avaliar a estrutura de capital do grupo e explorar todas as soluções viáveis para aliviar o problema de liquidez atual”.Essa preocupação acontece uma vez que a China tem um papel crucial na demanda por produtos de outros países, além da exposição de bancos internacionais ao mercado chinês.Além disso, O setor imobiliário foi um dos alicerces da China nos últimos anos, mas passou a sofrer um aperto de Pequim neste ano. O segmento ainda representa cerca de 20% da economia do país asiático. Na análise de Scott Hodgson, gestor da Galapagos Capital, “[A companhia] tem criado crises de confiança e, como resultado, vimos outros empresas imobiliárias despencar e o financiamento subir até não dar mais para continuar com o crescimento”.Ainda segundo o gestor, a derrocada do mercado imobiliário chinês tem a possibilidade de pressionar o balanço de governos locais, que recebem cerca 30% das receitas de vendas de terrenos.A previsão é de que países vendam menos produtos, experimentem uma desaceleração da economia e tenham possivelmente um aumento dos juros — devido ao maior risco. Japão e Singapura, onde bancos têm parcela relevante em créditos na China, são exemplos.A Marathon Asset Management, gestora de investimentos especializada em mercado de crédito e renda fixa, afirmou que pretende comprar a dívida emitida pela gigante chinesa Evergrande. A informação foi dada pelo CEO da empresa, Bruce Richards, em entrevista à Bloomberg nesta quarta (29).O CEO disse que Marathon, dona de ativos no total de US$ 23 bilhões, pode fazer pagamentos a curto prazo, mas a dívida geral da incorporadora chinesa deve ser reestruturada. O empresário adquiriu dívida da Evergrande pela primeira vez nesta semana.Mas o gestor alerta que, na lista de prioridades, os investidores de fora da China estão na última posição. A empresa dará prioridade para o pagamento dos proprietários de imóveis, fornecedores e credores de títulos da China.Para Richards, a crise da Evergrande “é problemática para a China, para o seu mercado imobiliário. E um problema para todo segmento que depende dele. Há muitos empregos relacionados e muito comércio envolvido nisto”. Mas ainda existem oportunidades, segundo o CEO: “O default caiu para menos de 2%. Não acho muito preocupante nesta fase.”Possível falência da Evergrande poderia impactar ainda mais o minério de ferroComo esse quadro indefinido pode afetar a economia no Brasil? Há chances dessa crise respingar ou abalar a retomada? João Beck, economista sócio da BRA, explica que uma possível falência da Evergrande pode impactar ainda mais o cenário brasileiro de exportação, já que a China é compradora de sete dos dez maiores produtos de exportação do Brasil. O analista destaca que esse impacto já está sendo sentido: o minério de ferro — que tem relação muito grande com a construção — caiu mais de 30%.Porém, para ele, esse impacto não aconteceria somente se a incorporadora quebrasse. Uma desalavancagem do setor imobiliário chinês — que está acontecendo– já causaria um crescimento menor por parte da China, e isso influenciaria o restante do mundo também.No cenário atual, Beck explica que o que temos agora não é um problema de insolvência por parte da incorporadora, mas sim de liquidez: a companhia ainda tem mais ativos do que dívida.O analista lembra que o partido chinês quer desestimular o setor imobiliário no país como um todo, para evitar especulações no ramo. Assim, Beck destaca que mesmo que uma empresa ou outra do ramo estoure, “teremos um período de desalavancagem no país asiático e isso também pressiona o minério de ferro.”Essa situação poderia até ser vantajosa para o Brasil no curto prazo levando-se em consideração que, se o preço do minério de ferro continuar caindo muito, a inflação na construção aqui também acaba diminuindo.De qualquer forma, a balança comercial seria impactada e, com uma desaceleração chinesa, o crescimento do resto do mundo também seria menor.O economista acredita que, caso surja uma crise desse cenário, não será parecida com a de 2008 — a da bolha imobiliária. Naquele ano o mundo ainda não sabia como resolver nessa situação, mas agora os governos estão preparados para agir rápido. A China tem uma moeda forte e por isso conseguiria fazer um movimento de alavancagem se tiver outros problemas de solventes além da Evergrande.China injeta US$ 15,5 bilhões no sistema financeiroO Banco do Povo da China (PBoC) injetou 100 bilhões de yuans (cerca de US$ 15,5 bilhões no câmbio atual) no sistema financeiro chinês através de operações de recompra reversa de 14 dias na última segunda (27) na tentativa de manter a liquidez do sistema bancário em meio a preocupações com as dificuldades financeiras da Evergrande.Neste mês, o PBoC intensificou as injeções de capital diante de crescentes sinais de insolvência da Evergrande.Na quinta-feira (23), uma subsidiária da empresa falhou em honrar o pagamento de juros sobre bônus externos. Desde a semana passada, circulam relatos de que o governo chinês irá reestruturar a Evergrande e estatizá-la.As preocupações de que a Evergrande não pague seus bônus geraram vendas de papéis de outras companhias no setor imobiliário, pesando sobre fundos gerenciados por Ashmore Group, BlackRock e Pacific Investment Management, entre outros.Enquanto os bônus da Evergrande eram negociados a cerca de US$ 0,25 em boa parte de setembro, se disseminaram as vendas de bônus de outras grandes incorporadoras da China.Ações e mercado imobiliário brasileiros podem ser afetados pela crise da incorporadora?O economista Leonardo Burlamaqui, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pesquisador do Instituto Levy de Economia, da Faculdade Bard, nos EUA, diz que a crise da companhia chinesa parece uma “implosão controlada” pelos reguladores chineses.Segundo o estudioso do desenvolvimento econômico da Ásia, os problemas da Evergrande ocorrem num momento em que a China conduz mudanças estruturais na economia. “O foco é o aumento relativo do peso do consumo, em detrimento dos investimentos, e a redução das desigualdades. Isso resultará em desaceleração do crescimento econômico, deixando para trás os avanços em torno de 10%, e exige uma “arrumação no meio de campo”, diz Burlamaqui.O setor de construção civil movimenta de 25% a 30% do PIB da China — gigante, portanto. Ele se caracteriza por endividamento, tanto do ponto de vista das empresas, porque as obras são pesadas, quanto das famílias que estão comprando imóveis. Há endividamento, mas existe crescimento, realização de lucros. Dívidas estão sendo pagas porque existem fluxo de caixa positivo, lucro, empregos e salário aumentando.Beck explica que caso a Evergrande não consiga honrar suas dívidas, o mercado observaria uma queda do minério de ferro e uma queda um pouco mais generalizada de commodities e de demanda global. Nesse cenário as ações ligadas ao mercado imobiliário, setor de construção e commodities refletiriam os impactos.Segundo ele, o principal afetado seria o setor de mineração e siderurgia, mas também haveria um efeito mais generalizado devido a um desaquecimento chinês. “Uma eventual desaceleração chinesa diminui também o crescimento local que vinha numa crescente depois da recuperação da segunda onda da Covid”, diz.Como a China é uma das principais importadoras de matéria-prima local, um calote da Evegrande reduziria a demanda pelos insumos brasileiros, além de derrubar o preço das commodities, segundo o economista João Beck.O sócio da Monte Bravo, Rodrigo Franchini, também destaca o efeito Evergrande sobre o mercado de commodities metálicas. “A China como grande compradora do mundo vai ser menos adepta a comprar materiais básicos, minério de ferro e qualquer outros produtos em relação à infraestrutura.”Mais: o país asiático é comprador de 7 dos 10 maiores produtos de exportação brasileiros, como a soja, petróleo, carne de frango e bovina, e em especial o minério de ferro, que tem relação muito grande com a construção e obras de estrutura.Além disso, Franchini destaca que os setores que dependem das mineradoras e das siderúrgicas também seriam fortemente impactadas pela Evergrande. Este é o caso das incorporadoras e construtoras, segundo ele. “Toda essa roda que gira em torno de infraestrutura vai ter um ritmo menor, mais lento de crescimento”, afirma.Isso poderia, assim, afetar o mercado imobiliário — mas é difícil prever o desfecho dessa trama nos próximos meses. Analistas apontam que, por ora, não há motivos para pânico no curto e médio prazos.Em setembro, antes de estourar a crise da Evergrande, quando perguntado se a escalada da Selic poderia abalar o mercado de FIIs, Gabriel Pereira, head de fundos imobiliários da Acqua-Vero, disse que o valor dos fundos imobiliários caiu tanto que o momento de entrada é muito atrativo para o novo investidor.“São muitos os dados favoráveis sobre os FIIs que mostram que esse investimento está fazendo sentido”, afirmou Pereira à época, em relação ao número de investidores em fundos imobiliários. Essa afirmação continua valendo já que não se vislumbra ainda um abalo nos preços dos imóveis tão forte que faça o mercado sofrer impacto tão grande.Os FIIs têm outras vantagens, como a isenção de imposto de renda sobre os rendimentos. Investimentos como os de renda fixa incluem a cobrança de 15% de IR a partir de 2 anos, lembra Pereira.Em entrevista exclusiva ao SUNO Notícias — transmitida pelos canais no YouTube e Instagram do portal –, a diretora executiva do conselho empresarial Brasil-China, a jornalista e escritora Cláudia Trevisan disse que o governo chinês deve intervir em “um processo administrado de queda da empresa”, um misto de estatização, liquidação de ativos, desmembramento da empresa e reestruturação da dívida.”“O governo do país asiático está caminhando numa linha muito tênue: não pode flexibilizar demais, mas também não pode endurecer a ponto de aumentar uma crise no setor. Muito importante ter em mente que a prioridade número um do partido que governa a China é a estabilidade social, e neste momento a estabilidade é ainda mais importante, pois ainda estamos em plena fase eleitoral no país”, lembra Trevisan, sobre o caso Evergrande. Assim, com a expectativa de que a China resolva a crise, estima-se que o mercado imobiliário no Brasil não sinta por enquanto um tremor tão forte quanto o percebido pelas bolsas. A tendência ainda é de estabilidade.Com informações do Estadão Conteúdo

04 de outubro de 2021

Senior living: como o mercado imobiliário vem se adaptando para atender ao público idoso

Com o progressivo envelhecimento da população mundial, diversos setores do mercado vêm buscando se adaptar ou, ainda, se reinventar a fim de atender às demandas dessa população de mais idade. Não é diferente na arquitetura e construção: uma vez que os idosos apresentam diferentes necessidades, o mercado imobiliário também busca oferecer diferenciais a essa população na construção de moradias.Norton Mello é CEO da BIOENG Projetos, engenheiro civil, mestre em engenharia biomédica e PhD em senior living. Segundo ele, um dos maiores desafios enfrentados no desenvolvimento de moradias acessíveis está relacionado à carência sistêmica de modelos, uma vez que o envelhecimento acontece de forma diferente entre as pessoas. “A oferta de mais modelos de habitações certamente irá colaborar para um ajuste mais razoável entre as expectativas da sociedade e o mercado imobiliário”, afirma.Dentro dessas diferenciações entre o envelhecer das pessoas, ele destaca que, por exemplo, hoje muitos idosos trabalham, praticam atividades físicas e tem rotinas cheias. “Atualmente, o desejo do idoso é ter uma vida vibrante, ativa, alegre, independente e inclusiva. Os empreendimentos devem se localizar dentro da urbanidade em que a pessoa está inserida, não é justo sequestrar essa possibilidade isolando na periferia das cidades sob a desculpa de ambientes mais silenciosos e contemplativos”, ressalta.Além da região de inserção dessas moradias, é importante que os próprios condomínios estejam antenados às diferentes necessidades da população. Maria Fernanda Beneli Vicente, gerente de marketing do grupo A.Yoshii de engenharia, destaca: “Essas pessoas gostam de participar de atividades coletivas e individuais e, para isso, espaços para a prática de pilates ou atividades com personal training e fisioterapeutas são interessantes”. Salas de reunião e a acessibilidade das piscinas também são pontos que, segundo ela, merecem atenção.Com relação aos itens de acessibilidade para o dia a dia, Norton ressalta que a arquitetura para o senior living deve pensar muito além das restrições de mobilidade física. Outros fatores devem ser considerados, como o decréscimo da audição, da acuidade visual e o possível surgimento de outras questões de saúde.Além de rampas com inclinações mais suaves, ele cita como essenciais: iluminações com temperaturas mais elevadas em alguns ambientes, contrastes mais evidentes entre mobiliários e pisos, corredores mais largos e com corrimão, pisos antiderrapantes, portas mais largas para a passagem de cadeira de rodas ou andadores e fechaduras ergonômicas.“Os empreendimentos devem oferecer ambientes que favoreçam a manutenção das habilidades físicas, motoras, cognitivas e sociais e, sempre que possível, estimulem o desenvolvimento de novas habilidades”, explica o especialista. Além disso, ele destaca a relevância da transgeracionalidade: disponibilizar ambientes que estimulem o encontro entre diferentes gerações e a permeabilidade social.Muito mais conectados do que anos atrás, os idosos de hoje em dia também fazem uso da tecnologia no dia a dia e podem, ainda, encontrar nela o auxílio para sua rotina. Itens facilitadores, como o reconhecimento facial, automação de ambientes, robôs de telepresença, sensores de movimento, alarmes de incêndio e detectores de vazamento de gás estão sendo incorporados às atividades diárias, em um movimento que Norton define como “um olhar mais empático” do mercado de senior living.Para Maria Fernanda, é essencial que a área de construção civil pense em soluções inovadoras, que “saiam do imaginário popular de que esse público precisa apenas de acessibilidade e espaços para uma simples caminhada”. Para isso, destaca o oferecimento de propostas voltadas ao lazer e à vida social, à valorização da ergonomia, dos espaços verdes e de outros diferenciais que essa geração tem experimentado verdadeiramente.Já Norton lembra que o aumento da população longeva será de 71% até 2030, na América Latina, índice muito maior do que em outros continentes. “Dentro desse cenário, construtoras e incorporadoras que ignorarem esse mercado sem o desenvolvimento de produtos imobiliários que tenham uma linguagem amigável para o público idoso, certamente terão mais dificuldades em suas vendas”, finaliza.Fonte: Casa Vogue

01 de outubro de 2021

Pesquisa revela crescimento do mercado imobiliário de bem-estar

A instituição sem fins lucrativos Global Wellness Institute (GWI) realizou uma pesquisa que indica um crescimento recente do mercado imobiliário de bem-estar. De 2017 a 2020, o mercado global cresceu, em média, 22% por ano. O faturamento em 2017 foi de US$ 148 bilhões, em 2019 aumentou para US$ 225 bilhões, já em 2020 atingiu a marca de US$ 275 bilhões. Projetos residenciais de bem-estar dispararam nesses três anos, de 740 para mais de 2,3 mil atualmente.O mercado disparou nos dois anos anteriores à pandemia (2017-2019): O setor imobiliário de bem-estar cresceu 23% a cada ano em comparação com o crescimento de 5,4% para a construção em geral, o que ocorreu de forma mundial. A pesquisa também deixa claro que a pandemia alimentou ainda mais a mudança nas indústrias imobiliária e de construção em direção ao bem-estar: de 2019 a 2020, o setor imobiliário de bem-estar continuou a crescer mais de 22%, mesmo com a construção geral encolhendo -2,5%."Há apenas três anos, o bem-estar imobiliário não era um conceito bem compreendido por consumidores, construtores, incorporadores ou investidores, mas previmos que a demanda em breve atingiria como um tsunami. Esse momento chegou ”, disse a Pesquisadora Sênior da GWI, Ophelia Yeung. “A pandemia levou a ideia de construir para a saúde humana na consciência do consumidor comum, e o recente crescimento do mercado excedeu nossas previsões, bem como as tendências gerais de crescimento econômico”, completa.O mercado imobiliário de bem-estar está fortemente concentrado na América do Norte, Ásia-Pacífico e Europa, e cada um registrou um crescimento exponencial recente, com os da América do Norte e da Ásia praticamente dobrando de 2017 a 2020.Sete países, incluindo EUA, China, Austrália, Reino Unido, Japão, França e Alemanha, correspondem a 82% do mercado imobiliário de bem-estar. Os EUA e a China sozinhos representam cerca de 60%. No entanto, os dados completos dos 20 principais mercados revelam um crescimento notável durante os anos 2017 e 2020 em todas as áreas. Os destaques são o Japão, que apresentou um crescimento de 360%, e Canadá, batendo a marca de 240%. Enquanto os EUA, China, Reino Unido, França, Holanda, Dinamarca, Suíça, Cingapura, Noruega, Itália e Finlândia praticamente dobraram seus mercados.Fonte: Panrotas

29 de setembro de 2021

Obras de represa em Botucatu avançam para a estrutura que afere e controla a vazão de água

A barragem do Rio Pardo, localizada próximo a represa do Mandacaru, avançou de fase, segundo informou a Sabesp nesta terça-feira, dia 29.A obra atualmente está em fase de injeção de tratamento das fundações da barragem de concreto e do vertedouro (estrutura que afere e controla a vazão de água) e também na execução da barragem de terra da margem direita.A área total do empreendimento é de 280 hectares, sendo destes 130 destinados à área de proteção permanente. A barragem em si terá 566 metros de extensão, profundidade entre 15 a 20 metros e com capacidade para comportar 10 bilhões de litros d’agua, o equivalente a 3.600 piscinas olímpicas.O início das operações para coleta e represa de água está previsto para o segundo semestre de 2023.“Estamos muito animados quanto à segurança hídrica para o futuro de Botucatu. Os empreendimentos que a Sabesp vem realizando são necessários para nos prepararmos a todos os possíveis cenários no futuro. Nossa prioridade sempre será oferecer o abastecimento e a qualidade da água que captamos, reservamos, tratamos e distribuímos”, reforçou o superintendente da Sabesp na região do Médio Tietê, Maurício Tápia.O consórcio responsável pela construção é formado pelas construtoras DP Barros, Novatec Construções e ETC Empreendimentos. O investimento é de R$ 56,19 milhões por parte da Sabesp. Esse valor não inclui apenas a obras, mas também gerenciamento e desapropriações.O projeto A barragem do Rio Pardo garantirá a autossuficiência no abastecimento de água em Botucatu nas próximas décadas. A vazão estimada para atender a população botucatuense nas próximas décadas é de 800 litros de água a cada segundo, muito superior à capacidade média atual de produção do Rio Pardo.A Represa do Rio Pardo ficará 9 km à montante da Represa do Mandacaru, acima da Cachoeira do Véu da Noiva. Seu volume total de reservação é de 9 bilhões de litros de água. Sua área chegará a 280 hectares, sendo 130 de Área de Proteção Permanente. Somente a barragem terá 566 metros de extensão, com profundidade que varia entre 15 e 20 metros.Fonte: Acontece Botucatu

29 de setembro de 2021

Intenção de compra em queda e financiamentos em alta: os números do mercado imobiliário no Brasil

Após atingir "o fundo do poço" em abril de 2020 (20%) e mais que dobrar em novembro do mesmo ano (46%), a intenção de compra de imóveis no país começa a desacelerar e a apresentar quedas sucessivas quando se analisam os primeiros nove meses de 2021.Em fevereiro deste ano, 44% dos brasileiros manifestavam o desejo de adquirir o bem, porcentual que caiu para 42% em maio e para 39% em setembro, segundo levantamento realizado pela Brain Inteligência Estratégica e apresentado na última quinta-feira (16). "Estes números sugerem uma tendência de estabilização", avalia Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da empresa de pesquisa de mercado.Entre os diversos fatores que contribuem para este cenário, o aumento nas vendas é um dos principais. Estimulado pelos juros baixos e pela urgência das pessoas em mudar de casa - decorrente da maior percepção do lar durante o confinamento -, as vendas vêm crescendo desde o início da pandemia e registram variação positiva de 60,7% no comparativo entre o segundo trimestre de 2020 e o mesmo período de 2021, sendo que o último registrou volume de 65.975 unidades comercializadas. Isso faz com que uma parte dos que antes eram potenciais compradores já tenham efetivado a aquisição e, por isso, não integram mais este grupo.Outro dado que ilustra esse aumento é o total de financiamentos disponibilizados pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), que somou R$ 115,83 bilhões nos primeiros sete meses de 2021, alta de 113,8% em relação a igual período de 2020."Estamos desde maio, junho do ano passado com mais vendas do que lançamentos. Atualmente, a oferta final é de cerca 180 mil imóveis em estoque, o que seria suficiente para suprir apenas 8,3 meses de vendas, caso mais nenhum empreendimento fosse lançado", ilustra Araújo.Cenário positivoA retomada dos lançamentos, que vem ganhando força nos últimos meses, é uma das frentes que justifica a aposta nos bons resultados do setor até o fim deste ano e também para os primeiros meses de 2022. Para se ter ideia, o volume de novas unidades registrou alta de 115% no comparativo entre o segundo trimestres deste ano com o igual período de 2020."Seguramente este ano será o melhor em termos de unidades lançadas e vendidas. O problema do mercado imobiliário, hoje, não é demanda, mas sim como adequar o produto, a capacidade de fazer lançamentos e de colocar o nosso produto no bolso do consumidor", aponta Celso Petrucci, vice-presidente de área da CBIC e presidente da Comissão da Indústria Imobiliária (CII) na mesma entidade.A avaliação está alinhada ao manifestado pelos entrevistados da pesquisa, que apontam a inflação (45%) como o principal fator que pode afetar a decisão pela compra do bem, antes mesmo da taxa de desemprego (24%) e do aumento da taxa de juros para o financiamento (20%)."A preocupação que devemos ter é como o país vai crescer, o quanto ele vai crescer para poder aumentar o poder de compra da população, que é o que está estrangulado. Ou o nosso mercado consegue ganhar produtividade, competitividade e consegue continuar colocando seu produto no bolso do consumidor, ou teremos um forte desencontro entre a oferta e a demanda. Mas isso [ainda] não está acontecendo", finaliza.Fonte: Gazeta do Povo

27 de setembro de 2021

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