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Queda de juros não terá efeito imediato em financiamento imobiliário, diz Abecip

Queda de juros não terá efeito imediato em financiamento imobiliário, diz Abecip



As quedas na taxa básica de juros, a Selic, esperada para este ano não deve afetar as taxas de financiamento imobiliário no curto prazo. O diagnóstico é de Sandro Gamba, novo presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

“No curto prazo não vemos um cenário para redução da taxa de financiamento. Já no médio e longo prazo é preciso acompanhar outros indicadores além da Selic”, disse o presidente em coletiva sobre os números do financiamento imobiliário em 2023. Gamba destaca outras duas variáveis importantes que estão na mesa: a curva de juros longa e a participação da poupança no mix do financiamento.

A curva de juros longa tem apresentado queda nos principais vértices – o que conta de forma positiva para uma redução das taxas. A poupança, no entanto, tem perdido participação na carteira total de financiamento, saindo de uma fatia de 40% em 2022 para uma de 34% ao final do ano passado.

“A probabilidade de redução das taxas de financiamento é maior se houver um incremento de poupança no curto prazo, combinado a uma redução da curva de juros longa”, afirmou.

Financiamento recorde em 2024?

As operações de crédito imobiliário concedidas pelas duas principais fontes de recursos do setor – Cadernetas de Poupança e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) – atingiram o montante de R$ 250,7 bilhões em 2023, registrando crescimento de 4% sobre 2022.

Foi o segundo melhor resultado da série histórica analisada pela Abecip, atrás apenas do ano de 2021, quando o montante alcançou R$ 255 bilhões. Para 2024, a estimativa da Associação é de um novo recorde, que deve levar o volume total de empréstimos para a casa dos R$ 259 bilhões – alta de 3% sobre o resultado do ano passado.

O financiamento com recursos do FGTS deve impulsionar o resultado, com uma alta esperada de 8% para este ano, alcançando R$ 105,7 bilhões. O maior montante, no entanto, deve continuar com recursos da poupança SBPE. A expectativa é de estabilidade em relação ao ano passado, com volume de R$ 153 bilhões.

No ano passado, foram financiadas 994 mil unidades habitacionais no Brasil – 500 mil delas via poupança e o restante através do FGTS.

Fonte: Exame